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Estresse e Burnout

Um envolvimento intenso e permanente em atividades de trabalho ou de estudo pode levar uma pessoa a um estresse constante denominado de Síndrome de Burnout, também chamada simplesmente de Burnout.

Trata-se de uma condição reconhecida pela Organização Mundial de Saúde e descrita de modo objetivo como um estado de exaustão vital.

Sua principal característica é a tensão mental crônica relacionada a situações desgastantes. Pode ocorrer principalmente na vida profissional ou acadêmica/estudantil.

  • O sintoma típico de Burnout é a sensação de cansaço, que se manifesta também como aumento da irritabilidade, dificuldades de atenção e lapsos de memória.

  • Frequentemente, pode ocorrer uma sensação de distanciamento emocional, na qual a pessoa percebe que está menos compreensiva e menos tolerante com os outros.

  • Há percepção de redução na efetividade do trabalho ou dos estudos. Sente-se que se está produzindo menos, mesmo que a pessoa esteja até trabalhando ou estudando mais.

Burnout manifesta-se principalmente em pessoa cuja ocupação exige envolvimento mais direto e intenso com outras pessoas. Algumas atividades são particularmente expostas a Burnout, como professores e estudantes, advogados, médicos e enfermeiros.


Embora nenhum questionário faça diretamente um diagnóstico médico, alguns questionários específicos podem ser úteis para auxiliar o Médico Psiquiatra no diagnóstico de Burnout. Com esta intenção, lhe apresentamos o seguinte.



Para cada item abaixo, escolha uma das seguintes respostas:

nunca;

algumas vezes por mês;

algumas vezes por semanas;

quase todos os dias.



1. Sinto-me emocionalmente esgotado/a com o meu trabalho/estudo.

2. Sinto-me esgotado/a no final de um dia de trabalho/estudo.

3. Sinto-me cansado/a quando me levanto pela manhã e preciso encarar outro dia de trabalho/estudo.

4. Consigo perceber com facilidade o que as pessoas estão sentindo.

5. Algumas vezes parece que trato certas pessoas como se fossem coisas.

6. Trabalhar com pessoas o dia todo me exige um grande esforço.

7. Consigo lidar bem com as pessoas quando elas me apresentam problemas.

8. Meu trabalho/estudo me deixa exausto/a.

9. Sinto que meu trabalho influencia positivamente a vida dos outros.

10. Tenho me tornado mais insensível com as pessoas.

11. Preocupo-me que o trabalho possa estar me endurecendo emocionalmente.

12. Sinto-me com disposição.

13. Sinto-me frustrado/a com meu trabalho.

14. Acredito que estou trabalhando demais.

15. Não me preocupo de fato com o que acontece às pessoas com as quais trabalho ou atendo.

16. Trabalhar diretamente com as pessoas me deixa estressado.

17. Consigo deixar as pessoas à vontade.

18. Sinto-me estimulado/a depois de trabalhar em contato com as pessoas.

19. Tenho conseguido realizações significativas em minha profissão ou meus estudos.

20. Sinto que estou no meu limite, fazendo o máximo que posso.

21. Sinto que sei tratar de modo adequado os aspectos emocionais/psicológicos que acontecem no meu trabalho/estudos.

22. Sinto que as pessoas me culpam-me de algum modo pelos seus problemas.


Dentre os principais fatores de risco para Burnout está o perfeccionismo. O perfeccionismo entende que aquilo que foi feito pelo indivíduo poderia ser sempre melhor e que - por causa desta compreensão muito específica - os resultados obtidos no trabalho ou nos estudos são considerados sempre insatisfatórios. Assim, surgem sentimentos crônicos de dúvidas sobre as próprias capacidades.

Consequentemente, mesmo que as evidências de competências existam, falta um adequado reconhecimento íntimo delas ou de conquistas prévias e de habilidades adquiridas. Portanto, o sentimento de frustração é recorrente, mesmo que os esforços sejam grandes e existam progresso e desempenho significativos.

Para o diagnóstico do Burnout, deverão ser conhecidas e analisadas minuciosamente a história individual e o envolvimento no trabalho ou na vida acadêmica, dentre outros tipos de avaliações que podem ser necessárias. Particularmente, avalia-se se e como as condições de trabalho e/ou estudo estão interferindo na qualidade de vida e possivelmente prejudicando de modo significativo a saúde física e mental. Respostas a testes psicométricos auxiliam no processo diagnóstico.

O tratamento principal é a psicoterapia, geralmente com abordagem cognitiva e psicodinâmica, e possível associação com medicamentos específicos, de acordo com o perfil psíquico da pessoa.

O desconhecimento a respeito da Síndrome de Burnout faz com que, infelizmente, algumas pessoas acabem por desistir de importantes atividades ou utilizem o consumo de álcool, cigarro e outras drogas para tentar atenuar os sintomas e sinais ansiosos e depressivos que pode estar presentes. O consumo de álcool e de outras substâncias não são recursos adequados para resolver o Burnout e ainda criarão mais problemas.